terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Oceania - Aspectos Geopolíticos

Portugueses (pela porção leste) e espanhóis (pelo oeste) foram os primeiros a aportar na Oceania nos no século XVI. Muitas dessas possessões foram sistematicamente atacadas por corsários e piratas holandeses e ingleses, contribuindo para que nos séculos seguintes, a influência espanhola e portuguesa fosse gradativamente reduzida. A Espanha perdeu seus últimos domínios coloniais em 1898, logo após sua derrota para os EUA durante a guerra hispano-americana.


A implantação britânica na Oceania verificou-se  ao longo do século XIX, a partir do fim das guerras napoleônicas na Europa, no momento em que a França fixava sua presença na Polinésia. As posições mantidas ainda hoje pela França na região são: o arquipélago da Nova Caledônia, onde os nativos locais, conhecidos como canacas tentam há décadas conquistar sua independência; e a Polinésia Francesa, mais especificamente o atol de Mururoa, local aonde os franceses chegaram a realizar numerosas experiências atômicas submarinas


Na segunda metade do século XIX, a competição imperialista na região se acirrou com o aumento da influência de potências como - Japão, Alemanha e Estados Unidos, que passaram a reivindicar a posse sobre arquipélagos e ilhas da região. A Alemanha perdeu todas as suas possessões coloniais após ter sido derrotada na Primeira Guerra Mundial (1914/1919). Essas possessões acabaram ficando nas mãos do Japão, da Grã-Bretanha, da Austrália e da Nova Zelândia. O Japão perdeu seus domínios coloniais após sua derrota na Segunda Guerra Mundial. A vitória americana na guerra do Pacífico (Segunda Guerra Mundial) tornou os EUA a potência dominante de toda a região, a marinha norte-americana instalou uma rede de bases militares, não só nos arquipélagos conquistados no final do século XIX, como também em inúmeras ilhas tomadas dos japoneses em 1945. O ponto estratégico de segurança dos EUA no Pacífico é o Havaí, onde está situada sua principal base aeronaval. Durante a Guerra Fria a marinha americana reinou de forma absoluta nas águas da Oceania.

Austrália




















A Austrália tem estado em guerra por mais de um terço do tempo desde que a Comunidade dos Estados Australianos foi criada em 1901. Ela se envolveu em várias guerras, intervenções militares ou de segurança (incluindo a Guerra dos Bôeres, Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial e as guerras da Coréia, Vietnã, Afeganistão e Iraque) durando cerca de 40 anos.  De 1890 a 1914, as preocupações geopolíticas da Austrália estavam ligadas à expansão naval alemã e o império colonial que os germânicos tentavam consolidar ao norte do território australiano o que acelerou (em 1901) a formação da Comunidade dos Estados Australianos. 
















O expansionismo do Japão e sua política imperialista que já vinha sendo desenvolvida desde a segunda metade do século XIX  se acelerou no período entre as duas guerras mundiais. Durante a Segunda Guerra , os japoneses ocuparam a  ilha da Nova Guiné e efetuaram alguns ataques aéreos ao norte do território australiano. A derrota nipônica em 1945 fez essa ameaça desaparecer. Com a Guerra Fria a  ameaça passou a ser a  expansão de regimes comunistas em vários países asiáticos, próximos à Austrália (China, Coréia do Norte e antigo Vietnã do Norte). A Austrália (que  sempre esteve aliada à Grã-Bretanha) incorporou-se aos esquemas políticos-militares dos EUA. 




















Neste contexto que se deve entender a participação da Austrália, juntamente com a Nova Zelândia no pacto ANZUS, que entrou em vigor no início dos anos 50. Durante as décadas de 1960 e 1970, a Austrália apoiou a intervenção norte-americana no Vietnã, enviando inclusive para o conflito um contingente simbólico de soldados. Na atualidade, a Austrália tem reavaliado seu papel no contexto regional estreitando  laços econômicos com os países do leste e sudeste asiáticos, abrindo uma nova perspectiva em suas relações internacionais. Comprovando essa nova estratégia, a Austrália tem como  parceiros comerciais o Japão, a Coréia do Sul, Cingapura, Taiwan e China.

Nova Zelândia e Austrália

Embora tenha participado ativamente das duas guerras mundiais ao lado da Grã-Bretanha e durante a Guerra Fria tenha se associado aos EUA e Austrália num pacto político-militar, conhecido pela sigla ANZUS (Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos), para impedir a expansão do socialismo na região da Oceania, os neozelandeses têm ideias próprias sobre o papel que deve ser desempenhado pelo país no contexto político-regional. A Nova Zelândia pretende se transformar num interlocutor junto ao mundo polinésio em virtude de sua proximidade geográfica e dos laços existentes entre a cultura maori (as populações autóctones do país) e a de seus vizinhos. Nessa perspectiva, a Nova Zelândia defronta com os obstáculos, representados pelos EUA e pela França. Em relação aos EUA existem algumas ilhas cuja soberania os neozelandeses contestam. Além disso, a Nova Zelândia por vários anos impediu a utilização de seus portos por navios norte-americanos que carregassem armas nucleares. Com a França, as divergências  se referem  à oposição  da Nova Zelândia aos testes nucleares realizados pela França no atol de Mururoa, na Polinésia Francesa. 




















Referências: