segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Ásia - Aspectos Geopolíticos

ÍNDIA
A Índia obteve a sua independência em 1947. Seu movimento nacional foi liderado por Mohandas K. Gandhi (conhecido como Mahatma Gandhi) e Jawaharlal Nehru. 








Porém Mohammad Ali Jinnah, líder dos muçulmanos no país, temia que seus correligionários se tornassem uma minoria perseguida numa terra dominada por hindus. Ele acreditava que a Índia deveria transformar-se em duas nações. 
















O país sofreu uma divisão e foi formado o estado islâmico do Paquistão. Mas a repartição da Índia causou grande violência: aproximadamente 500.000 pessoas foram mortas, e mais de 11 milhões de hindus e muçulmanos tornaram-se refugiados, tentando imigrar de um país para o outro. Apesar de todo o derramamento de sangue e sofrimento, a criação do Paquistão não resolveu os conflitos na Índia. 


































Quase 50% dos muçulmanos que viviam na Índia permaneceram lá e não imigraram ao recém-estabelecido país islâmico. Este grupo representa a maior minoria religiosa na Índia - 12% da população do país. Os hindus, ainda que compartilhando uma religião em comum, estão divididos em diversas seitas e são segmentados socialmente por milhares de castas. As diversas regiões geográficas da Índia são linguística e culturalmente distintas. Mais de doze línguas são faladas no país. Reconhecendo a existência de tamanha diversidade, os criadores da Constituição indiana buscaram reconhecer o pluralismo na nação garantindo direitos fundamentais, particularmente para a proteção de minorias. 




















A Constituição garante liberdade religiosa e cultural, e permite o estabelecimento de instituições educacionais religiosas que não sejam hinduístas. A Índia atual é definida por suas diversas identidades religiosas e por seus conflitos resultantes. O trauma da divisão (com a criação do estado do Paquistão) ainda é visível no país, e centenas de incidentes de violência entre grupos religiosos são registradas todo ano. Em dezembro de 1992, fanáticos hindus destruíram a mesquita de Ayodhya, o que causou tumultos resultando na morte de 1.200 pessoas. 















É importante ressaltar que enquanto o hinduísmo é uma religião politeísta - que acredita em muitos deuses - o islã é puramente monoteísta. Em janeiro de 1993, ataques contra muçulmanos ocorreram em Bombaim, deixando mais de 600 mortos. A Índia, maior democracia do mundo, é um estado oficialmente secular (laico), mas composto por pessoas de diferentes e fortes crenças religiosas. O desafio do governo não é de apenas conter a expansão da violência entre grupos religiosos no país, mas também de promover justiça, igualdade, e uma democracia legítima para todas os integrantes de sua sociedade pluralista.

PAQUISTÃO
 Os conflitos acontecem entre as minorias étnico-religiosas que vivem no Paquistão e os muçulmanos. As causas são discriminação no mercado de trabalho, nas universidades e nos cargos públicos e violenta repressão sofrida principalmente pelos urdus. 






















A briga pela Caxemira com a Índia, os desentendimentos entre as etnias que compõem o país, os sucessivos golpes militares e governos ditatoriais, os embates religiosos e a influência do grupo Talebã em seu território são algums dos conflitos que ocorrem neste país. 


















O duradouro conflito com a Índia e a guerra civil, que explodiu em 1971, resultando na separação do Paquistão Oriental e a fundação de Bangladesh, forjaram uma estrutura militar poderosa. Desde a fundação, o Paquistão teve vários governantes saídos do exército. 

















A maioria ascendeu ao poder através de golpes de estado, como ocorreu com o atual dirigente, o general Pervez Musharraf. Em 1999, o então primeiro-ministro civil, Nawaz Sharif, destituiu o general do comando das Forças Armadas. Musharraf defendia uma posição mais dura em relação à Índia e derrubou o governo de Sharif com o apoio do exército, que cercou o palácio presidencial e assumiu o poder. “Em 2002, foram realizadas eleições, entretanto nenhum dos líderes dos dois partidos principais, o do Povo Paquistanês e a Liga Muçulmana Paquistanesa, pôde concorrer porque ambos (Benazir Bhutto e Nawaz Sharif, respectivamente) estão sendo processados por corrupção. O que o Paquistão tem atualmente é um governo militar eleito, ou melhor, selecionado, com uma fachada civil”, diz Ayesha Jalal.
Terrorismo: O governo paquistanês é acusado de ter financiado e treinado os integrantes do grupo Talebã, que ainda conta com simpatizantes entre a população. Mas nada foi provado. O grupo ainda opera no país e é acusado de manter relações com a Al Qaeda. A Al Qaeda, que tentou matar Musharraf várias vezes. Em dezembro de 2003, foram duas tentativas, uma com dois guerrilheiros suicidas e outra com um carro-bomba. Ao contrário da relação entre os talebãs e as agências de inteligência paquistanesas, a relação entre elas e a Al Qaeda mudou drasticamente por causa da pressão internacional”, diz Jalal. Segundo ela, em troca de ajuda econômica norte-americana, Musharraf combate o grupo de Osama Bin Laden. Mas essa amizade do governo com os talebãs, que são muçulmanos sunitas assim como cerca de 75% da população do país, ainda provoca tensões com as minorias religiosas, como os muçulmanos xiitas (20%) e os cristãos (2%). “Devido à promoção de grupos sunitas durante a guerra entre afegãos e soviéticos, entre 1979 e 1989, vários militantes extremistas têm as comunidades cristã e xiita como inimigos e praticavam ações terroristas contra elas. Na pior, em 2003, 48 xiitas morreram depois que um suicida se explodiu numa mesquita de Quetta. A resposta do governo contra esses ataques é considerada fraca por muitos setores da sociedade paquistanesa.” 















Outros grupos sectários agem no país, que é formado por várias etnias. Os punjabis são a maioria, perfazendo mais de 50% da população e dominando os principais postos militares e governamentais. Há ainda patanes, sindis, saricolis e baluchis, entre outros, que se sentem sub-representados. Existem poucos empregos e o acesso à justiça e à educação é mínimo. Hoje os baluquis estão engajados numa luta separatista apoiada em atentados terroristas. Usam mísseis e bombas contra alvos civis e militares. O grupo, que tem menos de 5% dos habitantes do Paquistão, é originário de uma desértica região no sudoeste com grandes reservas de recursos, como gás natural. Exigem que a riqueza da região seja repassada aos seus habitantes. O governo se recusa a considerar essa reivindicação. E assim os baluquis apelam para o terrorismo. Em fevereiro de 2006, houve mais um atentado: uma bomba colocada num ônibus matou 20 pessoas.

CHINA
Os conflitos acontecem entre a etnia han e as outras 55 etnias que formam a população da China. Não há ainda informações claras sobre o que aconteceu na cidade de Urumqi, no noroeste da República Popular da China, de domingo para cá. Multidões das etnias Uigur (ou Uighur) e Han defrontaram-se nas ruas desde então, e os Uigures também enfrentaram tropas de choque que tomaram conta da cidade. Até agora os confrontos deixaram 156 mortos, 828 feridos e 1434 detidos. Urumqi é a capital da província chinesa de Xinjiang, de tamanho equivalente ao da Europa Central e Ocidental. Xinjiang tem cerca de 20 milhões de habitantes, e a capital, 2 milhões. Na província, também descrita como uma república autônoma, há uma pequena predominância numérica dos Han sobre os Uigures. Assim mesmo, estes são descritos como uma minoria, porque na verdade os Han são 92% da população chinesa. Há quem diga que na verdade “chinês” é um nome incorreto, e que a maioria dos habitantes da China deveria ser chamada de “Han”. 















As informações e as versões são controversas: não se sabe quantos Han ou Uigures morreram, por exemplo, quantos foram os mortos em confrontos entre eles ou em confrontos com a polícia. Informações circulando em vários jornais e sites sugerem, no entanto, que a maioria dos feridos nos hospitais é Han, enquanto a maioria dos detidos pelas tropas é Uigur. As diferenças e confrontos na região são profundos e vêm de longa data, aparecendo nos mínimos detalhes. Os Uigures são muçulmanos. Há uma organização no exílio que reivindica representa-los: o Congresso Mundial Uigur. A líder principal desta organização, Rebyia Kadeer, mora atualmente nos EUA e declarou que os problemas dos uigures se agravam porque eles não têm o apoio dos países muçulmanos, “só dos países do Ocidente”. Houve confrontos desse tipo na região em 1962, 1990, 1997 e 2007, mas sem a gravidade e a extensão do atual.




















O governo chinês responsabiliza separatistas Uigures pelo confronto; já o Congresso responsabiliza o governo e uma política discriminatória contra estes. As diferenças entre Han e Uigures vão ao ponto de usarem dois fusos horários: pelo fuso solar, há uma diferença de duas horas entre Urumqi e Pequim. Mas os Han usam a hora de Pequim, enquanto os Uigures usam a hora solar local, não oficial. Aparentemente, tudo começou com um confronto entre trabalhadores Uigures e Han numa empresa. A partir daí a luta se generalizou com ataques mútuos, depredação de prédios e queima de veículos. Dentre os feridos o número de esfaqueados é muito grande. Xinjiang é uma região montanhosa e em boa parte desértica, ao norte do Himalaia, com um clima seco, verões muito quentes e invernos muito frios.  Urumqi é considerada a cidade mundialmente mais distante de alguma orla marítima. A região é considerada rica em minérios, petróleo e gás.Tudo isso pode explicar as disputas milenares pela supremacia na região.


 












É uma passagem importante, limítrofe de duas outras províncias chinesas, além do Tibete, Mongólia, Índia, Paquistão, Afeganistão, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Tadjiquistão. Já houve um poderoso império Uigur durante a Idade Média européia, mas a China estabeleceu sua supremacia na região desde o fim do século XIX. Depois da Segunda Guerra o governo chinês incentivou a imigração para Xinjiang, que é também um centro exportador de jade, cujas jazidas, aliás, estão se esgotando, o que pode também ajudar a entender a inquietação social do momento. Há um filme norte-americano interessante, Diamond in the Dunes, um documentário dirigido por Christopher Rufo e produzido pela Documentary Foundation (www.documentaryfoundation.org), sobre um time de beisebol da região que congrega Uigures e Han. Feito de um ponto de vista anti-governo da China, ele consegue dar uma ideia das diferenças e de esforços para vence-las tanto da parte de Uigiures quanto de Han.

TAIWAN  X  CHINA
Razão de briga - Desde 1949, Taiwan se separou da China, que não aceitou muito bem essa independência e continua considerando a ilha sua 23ª província. Para a China continental, que já conseguiu de volta os "rebeldes" Hong Kong, em 1997, e Macau, em 1999, é questão de honra recuperar também o governo de Taiwan

Aliança - Se houver guerra, é provável que os demais países apoiem Taiwan. Taiwan  é uma ilha situada no sudeste da China, descoberta, no mundo ocidental, pelos portugueses em 1544, e batizada de Formosa. A partir de 1624, foi colonizada pelos holandeses; em 1662, invadida pelos chineses que a possuíram até 1895, quando foi conquistada pelos japoneses durante a guerra sino-japonesa. Taiwan participou da Segunda Guerra Mundial ao lado do Japão, que no final da guerra em 1945, retornou ao domínio chinês. Nesta época, a China já havia se subdividido entre nacionalista e comunista. Após a vitória dos comunistas em 1949, os nacionalistas refugiaram-se em Taiwan.















Apesar dos conflitos internos, Taiwan não foi completamente anexada à China, Taiwan recebeu apoio financeiro dos EUA para não ser absorvida no comunismo chinês. O partido dominante “Kuomintang” (KMT) implantou uma ditadura na ilha dirigida pelo general Chiang Kai-Shek. Nos anos 70, Taiwan sofreu expulsão da ONU, em virtude da reaproximação entre EUA e China. Em 1975, faleceu Chiang Kai-Shek, o filho do ditador, Chiang Ching-Kuo iniciou um processo democrático que resultou nas eleições diretas de 1996. Apesar de Taiwan hoje, possuir uma economia estável e fortes investimentos na China, ainda há discussões políticas com Pequim. Taiwan é referida internamente como República da China, e atualmente é um dos mais fortes tigres asiáticos

TIBETE
Os conflitos acontecem entre chineses e tibetanos por questões territoriais. O Tibete é uma região situada a sudoeste do território da China, mas é um Estado independente. A China afirma que o Tibete faz parte do seu território. O Tibete foi alvo de investidas militares da China entre 1949 (ano em que Mao Tsé-tung comandou a Revolução Chinesa e chegou ao poder no país) e 1950. O que então era uma região independente foi ocupada pelo governo comunista. A ação militar deixou, segundo o site da organização Itim (Organização Internacional para a Independência do Tibete), 10 mil mortos.














Em 1950, o 14º dalai-lama, Tenzin Gyatso (líder ao mesmo tempo religioso e político, que tinha apenas 15 anos) teve de assumir o poder político no país. Em 1951, uma delegação tibetana assinou com o governo chinês o documento conhecido como Acordo dos 17 Pontos, pelo qual a China pretendia adotar "medidas para a liberação do Tibete". Em 1954, o dalai-lama foi a Pequim para realizar conversações de paz com Mao e outros líderes chineses. Em 1956, durante uma visita à Índia, ele teve uma série de reuniões com o primeiro-ministro Jawaharlal Nehru sobre a deterioração da situação no Tibete. Os esforços para se chegar a uma solução pacífica foram frustrados pela política brutal da China contra o Tibete.















Os movimentos de resistência contra a ocupação chinesa começaram a ganhar força. No dia 10 de março de 1959, o general chinês Chiang Chin-wu convidou o dalai-lama para uma apresentação de dança no acampamento militar da China em Lhasa. O convite foi depois reiterado, mas com a ressalva de que o Dalai-lama não deveria ser acompanhado por soldados tibetanos e nem por guarda-costas. Quando o convite se tornou público, uma multidão de tibetanos se reuniu em torno do palácio Norbulingka (a residência de verão do líder tibetano) para pedir ao dalai-lama que não comparecesse ao evento. Em 17 de março do mesmo ano, o dalai-lama foi instruído a deixar o país: ele conseguiu chegar à fronteira com a Índia três semanas depois, e foram escoltados por soldados indianos até a cidade de Bomdila. O governo indiano já havia oferecido asilo para o dalai-lama e seus seguidores.

 













Região autônoma: Em 1963, ganhou status de Região Autônoma. Em 1989, a causa da independência do Tibete ganhou força no Ocidente após o massacre de manifestantes pelo Exército chinês na praça da Paz Celestial e a entrega do Nobel da Paz ao dalai-lama. Desde o final dos anos 1990, a China tenta legitimar sua presença no Tibete por meio do crescimento econômico --a partir de 1999, a economia local cresceu 12% ao ano. O governo chinês também tenta dominar o país através da presença de chineses da etnia majoritária han e do controle da sucessão religiosa.

 


















Tibete no exílio: Segundo o site do escritório da Administração Central do Tibete (o governo tibetano no exílio) em Nova York, cerca de 120 mil tibetanos vivem exilados. A maior concentração fica na Índia, com 85 mil tibetanos. Os dados constam da Pesquisa Demográfica do Tibete, feita em 1998. O governo no exílio é dividido em três poderes --Executivo, Legislativo e Judiciário. O órgão principal do Executivo é chamado de Kashag (Gabinete). O executivo-chefe do órgão é eleito de forma direta pelos tibetanos exilados para um mandato de cinco anos. O eleito, ou a eleita, escolhe os demais membros do Kashag e submete os nomes dos escolhidos à aprovação pela Assembléia dos Representantes do Povo Tibetano. O Legislativo tem como órgão principal o Parlamento Tibetano no Exílio, que é composto por 46 membros; destes; 43 são eleitos de forma direta pela população no exílio e outros três são escolhidos pelo Dalai-lama. Cada representante tem um mandato de cinco anos. A principal instância do Judiciário é a Comissão Suprema Tibetana de Justiça, comandada pelo comissário-chefe de Justiça e outros dois comissários. Os três são nomeados pelo dalai-lama, e os nomes são apresentados à Assembléia para aprovação. O governo no exílio é baseado em Dharamshala (norte da Índia) e tem representações em Nova Déli (Índia), Nova York (EUA), Genebra (Suíça), Tóquio (Japão), Londres (Reino Unido), Canberra (Austrália), Paris (França), Moscou (Rússia), Pretória (África do Sul) e Taipé (Taiwan).

 









Pontos de vista: O site do Itim vê a "liberação" do Tibete do ponto de vista da China e do próprio Tibete. Na visão chinesa, o Tibete foi liberado de sua condição feudal de servidão, vivendo em condições de extrema pobreza. Desde 1959, a China alega, segundo a organização, que os tibetanos passaram a ter liberdade e direitos, e que hoje desfrutam de crescimento econômico e progresso social. Na visão tibetana, no entanto, fome e privações graves nunca ocorreram no Tibete; a "liberação", por sua vez, teria resultado na morte de 1,2 milhão de pessoas e na destruição de 6.000 monastérios e centros culturais. O ex-secretário do Partido Comunista, Hu Yaobang, chegou mesmo a admitir em 1980, segundo o Itim, que os padrões de vida dos tibetanos haviam declinado desde 1959 e que a presença chinesa na região era um obstáculo ao desenvolvimento.

CORÉIA DO NORTE  X  CORÉIA DO SUL
Razão de briga - Desde o fim da Guerra da Coréia, que causou a divisão do país em Norte (comunista) e Sul (capitalista), em 1953, as tensões entre a Coréia do Norte e a "irmã" do Sul não cessaram. Em julho deste ano, os comunistas testaram mísseis de longo alcance (que poderiam atingir o Alasca e o Japão) e não escondem de ninguém seu arsenal nuclear.
 









Aliança - China e Rússia (Coréia do Norte), Estados Unidos e Japão (Coréia do Sul). O conflito envolvendo Coreia do Sul (República da Coreia) e Coreia do Norte (República Democrática Popular da Coreia) é um dos poucos episódios ainda não resolvidos dos tempos da Guerra Fria, onde duas ideologias, a capitalista e a socialista lutavam pela supremacia mundial por meio de uma disputa geopolítica, e que afetou de modo irremediável a península coreana. O problema fundamental é que a região é habitada por uma etnia predominante, a coreana, e que historicamente formava um único país, uma única entidade, com uma única cultura, língua e costumes e desde o fim da Segunda Guerra Mundial, após livrar-se da vergonhosa dominação japonesa, passou a encarar o drama da divisão, pura e exclusivamente ideológica, cuja pior consequência é separar inúmeras famílias e colocar coreanos contra coreanos. Assim, após a saída dos japoneses, estabeleceu-se o paralelo 38 como marco da divisão entre as esferas de influência (um eufemismo para ocupação) soviética e americana, assim como aconteceu com a Alemanha e o Vietnã.










Dela nasceu os atuais estados soberanos da Coreia do Sul, capitalista, e do Norte, de regime socialista. Ocorreram diálogos em torno da unificação do país, mas a tensão ao redor do marco divisório foi crescendo com o tempo, o que desembocou finalmente num conflito, a chamada Guerra da Coreia, quando forças norte-coreanas resolveram invadir a metade sul, em junho de 1950. A Guerra da Coreia, de 1950 a 1953, seria o primeiro conflito armado da era da Guerra Fria, e deixaria as principais cidades coreanas todas arrasadas, fazendo com que as duas Coreias figurassem entre as mais pobres nações do mundo à época. Tecnicamente, nunca foi celebrada a paz entre os dois lados, e desde 1953, ambos os países encontram-se em “estado de beligerância”, ou seja, qualquer tipo de relações ou intercâmbio estão paralisadas.














Os encontros entre os líderes coreanos do sul e do norte, que muitas vezes são apresentados em jornal e televisão ocorrem justamente para que se resolva tal questão. Tal situação intrincada serve em grande parte para explicar o porquê da persistência deste conflito derivado da Guerra Fria. Segue desse modo, a divisão, que já conta com quase 70 anos, onde presenciamos a arrancada da Coreia do Sul rumo a uma posição de destaque na economia mundial, figurando entre as principais economias do mundo, um dos “tigres” asiáticos, e que deu origem a várias empresas de tecnologia, como a LG, Samsung e ainda a Hyundai, no setor automobilístico.














Do lado norte-coreano, o regime socialista tornou-se cada vez mais radical, fechando o país de modo paranoico, com uma economia humilde, onde os investimentos vão em grande parte para a compra de armamentos. Com a morte recente de Kim Jong-Il  (o segundo chefe de estado que a Coreia do Norte teve até hoje), e a ascensão de seu filho, Kim Jong-Un, há uma expectativa de que o fechado regime socialista torne-se um pouco mais flexível. Continua o sonho para muitos, mesmo que na prática ainda complicado, de que as duas Coreias possam novamente constituir um só país.

ORIENTE  MÉDIO
Marcado pelos conflitos entre muçulmanos e judeus por causa do domínio da região do Estado de Israel. Esse conflito já deu início a várias guerras entre árabes e israelenses.
 
Conflitos: A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo. Diversos fatores contribuem para isso, entre eles: a sua própria história; origem dos conflitos entre árabes, israelenses e palestinos; a posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados é dependente de água de países vizinhos; a presença de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopolítico mundial. As fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesses europeus, não consideraram a história e as tradições locais, consequentemente vários conflitos ocorreram e continuam ocorrendo no Oriente Médio.


Os novos Estados árabes: Iraque, Kuwait, Síria, Líbano, Jordânia – brigaram por recursos naturais e território. O conflito mais grave ocorreu na Palestina, para onde, até o fim da Segunda Guerra, havia migrado meio milhão de judeus. Quando foi criado o Estado de Israel, cinco países árabes atacaram, na primeira das seis guerras entre árabes e israelenses.

 































Jerusalém: Os cartógrafos medievais situavam Jerusalém no centro do mundo e, para muita gente, a Cidade Velha continua a ser assim considerada. Para os Judeus, o Muro das Lamentações, parte do Segundo Templo, é o local mais sagrado de todos. Acima dele está o Domo da Rocha, o terceiro local mais importante no islamismo, de onde Maomé subiu aos céus. A poucos quarteirões dali, a Igreja do Santo Sepulcro assinala o local tradicional da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus. Israel reivindica a cidade como sua capital eterna; já os palestinos a querem como capital de seu Estado.

ISRAEL E PALESTINOS
As tensões criadas desde a fundação do Estado de Israel, em 1948, acarretam ainda hoje ameaças de cisão no território, que já está parcialmente dividido por regiões descontínuas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Atualmente, há um novo conflito na região entre os dois principais grupos palestinos. De um lado, o Fatah (favorável ao entendimento com os israelenses) e Hamas (organização mais radical que sustenta a destruição de Israel). As divergências entre as duas facções chegaram ao conflito armado, que resultou na divisão do território; atualmente, o Fatah domina a região da Cisjordânia, enquanto o Hamas controla a Faixa de Gaza.

 












IRÃ E SUSPEITAS DE AMEAÇA NUCLEAR
 A república islâmica do Irã sofre pressões por parte da ONU para que interrompa o seu programa de enriquecimento de urânio, processo que, se realizado com finalidade pacífica, está em conformidade com as normas e tratados internacionais. Se por um lado o governo iraniano garante que o processo é realizado para fins pacíficos, por outro, as grandes potências mundiais desconfiam e temem que a real finalidade seja a construção de armas atômicas. A Coréia do Norte, que recentemente realizou testes subterrâneos com bombas nucleares, afirma estar ajudando o Irã a realizar os mesmos testes em seu território, aumentando ainda mais a desconfiança internacional em volta do programa nuclear iraniano. Com a recente eleição do país, que a imprensa internacional considerou como “manipulada” pelo governo de Mahmoud Ahmadinejad, fica ainda mais difícil a relação do Irã com a comunidade internacional.


 













TENSÕES ENTRE SÍRIA E LÍBANO
 Líbano e Síria estiveram por muito tempo ligados; compunham juntos o Império Turco-Otomano, passando a pertencer à França após a Primeira Guerra mundial, quando foram administrativamente separados. A Síria dominou o Líbano por 30 anos e atualmente é acusada de sustentar o Hezbollah, partido político islâmico devidamente legalizado no Líbano, como uma forma de interferir na política libanesa. Em 2006, o Líbano sofreu um ataque violento por parte de Israel, visando atingir o, Hezbollah que é visto pelos EUA e por Israel como um grupo terrorista. Para os EUA, também o Irã estaria ligado à organização terrorista apoiando o Hezbollah. Continente asiático é o principal foco de guerras nos dias de hoje
 













IRAQUE  X  ESTADOS UNIDOS
Razão de briga - A invasão americana ao Iraque em 2003 foi justificada pela suposta existência de armas de destruição em massa no país. As armas nunca foram encontradas, mas os combates entre iraquianos insurgentes (principalmente os sunitas, os muçulmanos ortodoxos, que são minoria no país) e os americanos continuam
Aliança - Austrália, Itália, Espanha e Inglaterra (Estados Unidos)
 
ISRAEL  X  HEZBOLLAH
Razão de briga - Criado em território também reivindicado pelos árabes após a Segunda Guerra Mundial, em 1948, o Estado de Israel já nasceu em guerra. A mais recente delas é contra o Hizbollah, grupo xiita libanês fundado em 1982. Em agosto, os dois inimigos aceitaram um cessar-fogo imposto pela ONU, mas ninguém sabe quanto tempo a paz vai durar
Aliança - Síria e Irã (Hizbollah), Estados Unidos (Israel)
 
































AFEGANISTÃO  X  ESTADOS UNIDOS
Razão de briga - Após os atentados terroristas de 2001, os Estados Unidos invadiram o país à procura de Osama Bin Laden, chefe da rede terrorista Al Qaeda, que supostamente tinha bases no Afeganistão. Os americanos deram a guerra por terminada, mas as milícias talibãs, apoiadoras de Bin Laden, se reorganizaram e continuam fazendo atentados suicidas
Aliança - Inglaterra (Estados Unidos)


 
REFERÊNCIAS:
guiadoestudante.abril.com.br
www1.folha.uol.com.br
www.redebrasilatual.com.br
www.eduquenet.net