segunda-feira, 20 de abril de 2015

Brasil - região centro-oeste

Região centro-oeste



Estados: Mato Grosso - MT (Cuiabá), Mato Grosso do Sul - MS (Campo Grande) e Goiás - GO (Goiânia), além do Distrito Federal - DF (Brasília).
Limites: ao norte pelos Estados do Amazonas e Pará, a noroeste pelo Estado de Rondônia, a nordeste pelo Estado de Tocantins, a leste pelo Estado da Bahia, a sudoeste pela Bolívia e Paraguai, a sudeste pelos Estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
Área: 1.612.077,2 km²
Número de municípios: 467 (2013)
População: 14.993.194 (2013)
Densidade demográfica (2013): 9,3 hab./km²
Principais Cidades: Mato-Grosso - Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Sinop, Tangará da Serra, Barra do Garças, Alta Floresta; Mato-Grosso do Sul - Campo Grande, Corumba, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã, Aquidauana e Naviraí; Goiás -  Goiânia, Luziânia, Cristalina, Valparaíso de Goias, Trindade; Distrito Federal - regiões administrativas de Brasília, Gama, Taguatinga, Brazilândia, Sobradinho, Planaltina, Paranoá, Ceilância.
Mortalidade infantil (por mil): 16 (2012)
Analfabetismo: 6,5% (2013)

Relevo:

O relevo da região é dividido em: planalto central, o planalto meridional e a planície do pantanal. Destaque para: destacam-se: Planalto e Chapada dos Parecis; Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná; Planaltos e Serras de Goiás – Minas; Planaltos e Serras Residuais do Alto Paraguai; Planaltos Residuais Sul – Amazônicos; Depressão do Araguaia – Tocantins; Depressão Cuiabana; Depressão do Alto Paraguai- Guaporé; Depressão Sul – Amazônica; Depressão do Miranda; Planície do Rio Araguaia; Planície e Pantanal do Rio Guaporé; Planície e Pantanal Mato-Grossense.


Planalto central: ocupa a maior parte da região e é formado por um grande bloco de rochas cristalinas que são encobertas por rochas sedimentares. Existem algumas partes em que as rochas cristalinas aparecem na superfície fazendo com que o relevo apresente ondulações. Nas áreas onde as rochas sedimentares cobrem todo o relevo são formadas as chapadas. As principais chapadas são: Chapada dos Parecis, Chapada dos Veadeiros e Espigão Mestre que divide a Bacia do Tocantins da Bacia do São Francisco.


Planícies do pantanal:  é uma planície que, periodicamente, é inundada pelo rio Paraguai e tem formação recente. Está situada entre os planaltos Central, Meridional e o relevo pré-andino.

Planície inundável do pantanal brasileiro

Planalto meridional: vai da região Sul até os estados do Mato Grosso do Sul e Goiás, possui as terras mais férteis da região (a terra roxa).

Vegetação:

Alterada devido os projetos agropecuários e a exploração de madeira. Originalmente coberta por extensas formações arbustivo-herbáceas e por densas florestas. 



Cerrado: segundo maior bioma brasileiro, típico do clima tropical continental e de solo pobre. Caracteriza-se pela presença de árvores de pequeno porte, de 2 a 3 metros de altura, com troncos de casca grossa, retorcidos, folhas duras e raízes profundas, capazes de extrair a água do subsolo, principalmente durante a extração seca. Entre essas árvores, aparece uma vegetação de gramíneas, bastante utilizada como pastagem para o gado bovino. 



Em locais onde o solo é mais fértil, a vegetação do Cerrado apresenta-se mais densa, com árvores mais altas; nessas áreas é chamada de Cerradão. Entre os principais tipos vegetais do Cerrado, destacam-se a lixeira, o pequi, o barbatimão e a mangabeira. Nos vales dos rios a formação de florestas denominadas matas galerias ou matas ciliares. A paisagem do Cerrado possui alta biodiversidade. Bastante ameaçado devido a instalação de cidades e rodovias, ao crescimento das monoculturas, como soja, milho e arroz, a pecuária intensiva, a carvoaria, pelo desmatamento causado pela atividade madeireira e por frequentes queimadas, devido às altas temperaturas e baixa umidade do ar.



Floresta Amazônica: norte e no oeste do Mato Grosso, onde as temperaturas são mais elevadas e as chuvas abundantes. É formada por uma vegetação densa e exuberante. Embora a destruição dessa floresta tenha sido intensa é a menos modificada da região. A sua destruição vem sendo em decorrência da expansão das fronteiras agrícolas, em especial, para o cultivo de soja e milho, além da criação extensiva de bovinos.



Floresta Tropical: recobria áreas do Mato Grosso do Sul e Goiás; hoje está praticamente extinta. Essa floresta se desenvolve em ambiente de temperatura elevada, com chuvas menos abundantes que nas áreas de Floresta Amazônica. Suas árvores típicas são o jatobá, o cedro e a peroba.


Campos: destacam-se no sul de Mato Grosso do Sul - campos limpos áreas de solo mais fértil, campos sujos vegetação herbácea e arbustiva em áreas de solos mais rasos com trechos de rochas ou mais profundos, pouco férteis.



Pantanal ou Complexo do Pantanal: é um bioma constituído principalmente por uma savana estépica, alagada em sua maior parte, que está situado no sul do Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso do Sul,  norte do Paraguai e o leste da Bolívia, na região hidrográfica do Alto Paraguai. Apresenta em alguns pontos uma mata densa e em outros campos limpos com grande valor para a pecuária. Considerado pela Unesco Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera, abriga o Parque Nacional do Pantanal. O Pantanal é uma das maiores extensões (alagadas) contínuas do planeta. De janeiro a março é o período das chuvas, onde o calor é intenso: rios, lagos e banhados se transformam em uma grande planície. O período de seca vai de maio a setembro.


Clima: 

"O clima da região é tropical semi-umido, com frequentes chuvas de verão. Nos extremos norte e sul da região, a temperatura média anual é de 22 ºC e nas chapadas varia de 20º a 22 ºC. Na primavera/verão, são comuns temperaturas elevadas, sendo que a média do mês mais quente varia de 24º a 26 ºC. A média das máximas do mês mais quente oscila entre 30º e 36 ºC. No inverno, em virtude da invasão polar, é comum a ocorrência de temperaturas mais baixas. No mês mais frio, a temperatura média oscila entre 15º e 24ºC, enquanto a média das mínimas fica entre 8º a 18ºC. A pluviosidade média é de 2.000 a 3.000 mm anuais ao norte de Mato Grosso, enquanto no Pantanal mato-grossense é de 1.250 mm. Apesar disso, a região centro-oeste é bem provida de chuvas, sendo que mais de 70% do total de chuvas ocorrem de novembro a março, o que torna o inverno bastante seco." (http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Clima/?pg=3)



Hidrografia:

Em meio às formas de relevo dominantes no Centro-Oeste brasileiro, estão as nascentes de muitos rios que drenam a região. Nos planaltos, nascem grandes rios que apresentam quedas d'água e corredeiras. E o fenômeno denominado de "águas emendadas", no qual surgem, de um mesmo ponto, as nascentes dos rios de duas bacias hidrográficas distintas que, depois, seguem para direções diferentes.


O Centro-Oeste é cortado por três regiões hidrográficas: a Amazônica, a Tocantins-Araguaia e a do Rio Paraguai.

Amazônica: o norte de Mato Grosso é drenado por rios que são afluentes do Amazonas, como o Xingu, ou por formadores de afluentes, como os rios Teles Pires e Juruena, que formam o Rio Tapajós. As queimadas, os desmatamentos, o garimpo, a expansão agrícola e a mineração vêm contaminando as águas dos rios, causando graves problemas à região. Na região do Baixo Xingu, o governo brasileiro está construindo a Usina Hidrelétrica Belo Monte, que será a terceira maior usina hidrelétrica do mundo. A construção dessa usina está sendo disputada judicialmente por grupos indígenas e ambientalistas, que afirmam que a usina terá impactos sociais e ambientais negativos, ao mesmo tempo em que reduzirá o fluxo do rio em até 80%, num trecho de 100 quilômetros conhecido como Volta Grande.


Tocantins-Araguaia: Goiás contém 26,8% do seu território nessa região hidrográfica; Mato Grosso, 14,3%, e o Distrito Federal, 0,1%. O Araguaia é um dos principais rios do Centro-Oeste. No rio Tocantins, no município de Minaçu, está sendo construído o lago artificial da Usina de Serra da Mesa, que será o quinto maior lago do Brasil.


Paraguai:  Mato Grosso do Sul é o estado do Centro-Oeste com 51,8% de seu território na Região Hidrográfica do Paraguai, e Mato Grosso, com 48,2%. O Rio Paraguai nasce na área do Planalto e da Chapada dos Parecis, no estado do Mato Grosso, e toma o sentido norte-sul, atravessando o Pantanal Matogrossense. Na época das cheias, esse rio inunda uma vasta área, formando lagos.  A Hidrovia Paraguai-Paraná, começa no município de Cáceres, no Mato Grosso, e atravessa 1.300 km até Nueva Palmira, no Uruguai, passando pelas cidades de Corumbá (MS) e Assunção, capital do Paraguai. 



Aspectos humanos

A população absoluta do Centro-Oeste é a menor entre as demais Regiões (Sudeste, Sul, Norte e Nordeste). A distribuição populacional é irregular, existem áreas onde a densidade demográfica supera os 100 hab./Km² (sul de Goiás e Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul) e áreas onde a população relativa não ultrapassa 1 hab./Km² (norte e o noroeste do Mato Grosso, o norte de Goiás e a região do pantanal). 


Nas últimas décadas houve uma explosão demográfica, promovida basicamente pela modernização e expansão agropecuária e a implantação de infraestruturas de transporte, ligando a região aos diferentes pontos do país. A taxa de urbanização elevada devido a construção de Brasília (aproximadamente 88,8%) mostra que a população urbana supera em quantidade a população rural.
Cultura: Brasília (no Distrito Federal) -  cidade "Patrimônio da Humanidade". Goiás: manifestações culturais - a Procissão do Fogaréu e as Cavalhadas; culinária - galinhada com pequi e guariroba, o empadão goiano e os diversos frutos do cerrado. Mato Grosso: dança - cururu, festas do Divino e de São Benedito, Siriri, Rasqueado Cuiabano, Viola-de-Cocho; culinária - o bolo de arroz, mojica de pintado, Maria Isael e farofa de banana. Mato Grosso do Sul: danças - cururu, siriri, guarânia e festas juninas com apresentações de quadrilhas; culinária - mate gelado ou tererê, chipas (espécie de pão de queijo), sopa paraguaia, as salteñas (pastéis assados e recheados com frango), o arroz carreteiro com guariroba, pamonha de milho verde e pratos à base de peixes.


Aspectos econômicos

Turismo:  No Complexo do Pantanal, encontra-se o município de Bonito, localizado na Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul. É uma referência em turismo de aventura, com trilhas, rios de águas cristalinas e cavernas. Essa região possui belas paisagens, como cachoeiras, rios, grutas, serras, chapadas e uma grande diversidade de animais espalhados pelos biomas. Outro atrativo são as águas quentes de Caldas Novas e de Rio Quente, que formam a maior estância hidrotermal do mundo.


Essas belezas naturais atraem vários turistas, fato que contribui para a economia regional. Os principais destinos são a Chapada dos Veadeiros (GO), Caldas Novas (GO), Chapada dos Guimarães (MT), Pantanal (MT e MS) Bonito (MS), entre outros. Na região da cabeceira do Rio Xingu está o Parque Indígena do Xingu, o primeiro parque indígena do Brasil, criado por Darcy Ribeiro em 1961, após a expedição dos Irmãos Villas-Bôas no começo dos anos 1940. Outro ponto turístico de grande importância é Brasília, capital nacional e local de moradia do Presidente da República.

Brasília

Agropecuária:  voltada para o mercado interno  (abastecimento das áreas mais dinâmica do país) e para os grandes mercados mundiais. Fornecedor de produtos agropecuários, como grãos (soja e arroz) e carne, para as indústrias alimentícias do Centro-Sul e soja, para o mercado externo.


Principais áreas agrícolas: Campo Grande e Dourados (Mato Grosso do Sul), centros produtores de soja e trigo; Goiás a região denominada "mato grosso de Goiás", ao sul de Goiânia, com a produção de soja, algodão e feijão, e o vale do Paranaíba, no Sudeste goiano, onde se tem algodão e arroz.


Pecuária: a região detém 1/4 de todo o rebanho bovino brasileiro. O sistema de criação que predomina é o extensivo. O objetivo  é a produção de carne para as indústrias frigoríficas do Centro-Sul. A principal área de criação é o pantanal Mato-grossense, onde além dos bovinos são criados bufalinos.

Mineração: ferro e manganês encontrados no maciço de Urucum, no interior do pantanal Mato-grossense. A extração é feita pela Companhia Vale do Rio Doce, com a maior parte da produção direcionada para o mercado externo e uma parte menor da produção voltada para o mercado interno na siderurgia local ou sendo transportada para as siderúrgicas do Sudeste. Destaca-se também o níquel, importante recurso para a indústria do aço, que tem sua maior ocorrência na cidade de Niquelândia, ao Norte de Goiás. Essa reserva é responsável por 80% da produção brasileira do minério.


Extrativismo vegetal: extração de látex (borracha) e de madeiras na porção setentrional da região, e de erva-mate e madeiras, na porção meridional.


Indústria: produção agroextrativa, como as indústrias de beneficiamento de arroz, pequenos frigoríficos indústrias de couro, além de algumas metalúrgicas e madeireiras, que absorvem um pequeno contingente de mão-de-obra e se utilizam de equipamentos e recursos técnicos pouco avançados. 



Fauna

O ecossistema do Pantanal é muito diversificado, abrigando uma grande quantidade de animais, que vivem em perfeito equilíbrio ecológico. Podemos encontrar, principalmente, as seguintes espécies: jacarés, capivaras, peixes (dourado, pintado, curimbatá, pacu), ariranhas, onça-pintada, macaco-prego,veado-campeiro, lobo-guará, cervo-do-pantanal, tatu, bicho-preguiça, tamanduá, lagartos, cágados, jabutis, cobras (jibóia e sucuri) e pássaros (tucanos, jaburus, garças, papagaios, araras, emas, gaviões). Além destes citados, que são os mais conhecidos, vivem no Pantanal muitas outras espécies de animais.



Exemplos de animais em extinção no Cerrado:

Cachorro-do-mato-vinagre (Speothos Venaticus)

Cachorro-do-mato-vinagre (Speothos Venaticus)
 Foto: criadourooncapintada

Gato-Maracajá (Leopardus Wiedii)

Gato-Maracajá (Leopardus Wiedii)
 Foto: ana_cotta

Jaguatirica (Leopardus Pardalis)

Jaguatirica (Leopardus Pardalis)
Foto: matteotarenghi

Tamanduá-Bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

Tamanduá-Bandeira (Myrmecophaga tridactyla)
 Foto: ferjflores

Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus)

Lobo-Guará
Foto: anda.jor

Besouro (Coarazuphium pains)

Besouro (Coarazuphium pains)
Foto: 21098852@N02

Segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, existem cerca de 28 animais em extinção no Pantanal. Entre os principais animais em extinção no Pantanal destacam-se:

Cervo-do-Pantanal (Blastocerus Dichotomus);

Cervo do Pantanal
Foto: schenfeld

Onça-pintada (Panthera onça);

Onça pintada
Foto: marciomotta

Arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus);

Arara-azul
Foto: ana_cotta

Cascudo-cego (Ancistrus formoso);

Cascudo cego
Foto: marti669

Coral-de-água-doce (Uruguaya corallioides).

Coral de água doce
Foto: reefsimples

Flora:

Assim como ocorre com a vida animal, o Pantanal possui uma extensa variedade de árvores, plantas, ervas e outros tipos de vegetação. Nesta região, podemos encontrar espécies da Amazônia, do Cerrado e do Chaco Boliviano. Nas planícies (região que alaga na época das cheias) encontramos uma vegetação de gramíneas. Nas regiões intermediárias, desenvolvem-se pequenos arbustos e vegetação rasteira. Já nas regiões mais altas, podemos encontrar árvores de grande porte. As principais árvores do Pantanal são: aroeira, ipê, figueira, palmeira e angico.


Flora ameaçada de extinção:

Margarida (Aspília grazielae)

Plantas do Pantanal ameaçadas de extinção

Cacto (Cleistocactus sp)

Plantas do Pantanal ameaçadas de extinção

Referências:
http://infoener.iee.usp.br/
http://www.soleis.com.br/
http://www.estadosecapitaisdobrasil.com/
http://www.portalpantanal.com.br/